O problema do plástico nos oceanos
A popularidade do plástico é inegável. Devido à sua durabilidade, barateamento de produção e versatilidade, o uso deste material cresceu exponencialmente, contribuindo para uma série de inovações e conveniências na sociedade moderna. No entanto, o problema não está na utilização do plástico em si, mas no descarte inadequado deste material, que se acumula em nosso ambiente, sobretudo nos oceanos.
De acordo com dados do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), estima-se que oito milhões de toneladas de plástico são despejadas todos os anos nos mares, sendo este considerado um dos maiores problemas ambientais da atualidade. Mas o que realmente acontece com os plásticos quando são jogados nos oceanos?
A jornada do plástico nos oceanos
Quando o plástico é jogado ao mar, ele passa por diversas transformações. Devido à ação das correntes oceânicas, grande parte desse plástico acaba por se concentrar em regiões remotas do oceano, formando enormes “ilhas de lixo”. A maior delas, localizada no Oceano Pacífico, chegou a uma extensão de mais de um milhão de quilômetros quadrados, tamanho comparável ao do continente australiano.
No entanto, o plástico não permanece intacto. Em contato com a radiação solar, o sal do mar e a ação mecânica provida pelas ondas, o material se degrada, dando origem aos microplásticos, partículas de menos de 5 mm que espalham-se por todo o oceano, chegando até mesmo às regiões mais inóspitas.
Impacto do plástico na fauna marinha
O plástico no oceano têm enormes consequências para a vida marinha. Milhares de animais são encontrados mortos todos os anos por ingestão ou enredamento em plásticos. As espécies podem confundir sacolas plásticas flutuantes com águas-vivas e ingeri-las, causando asfixia, obstrução do sistema digestivo e morte por inanição. Partículas de microplástico são ingeridas por uma ampla gama de organismos marinhos, desde pequenos zooplânctons até grandes mamíferos marinhos, podendo causar danos físicos e interferência no sistema endócrino.
Plásticos e a saúde humana
A poluição por plásticos nos oceanos também tem implicações diretas para a saúde humana. Os microplásticos absorvem diversos poluentes persistentes disponíveis no meio ambiente, tais como pesticidas e hidrocarbonetos, agindo como verdadeiros vetores desses compostos. Quando ingeridos pelos animais marinhos, esses poluentes podem bioacumular-se ao longo da cadeia alimentar, chegando até nós, humanos, principalmente através do consumo de peixes e frutos do mar.
Conclusão: O que devemos fazer?
O problema do plástico nos oceanos não é uma questão distante e desconexa, mas trata-se de um grave risco para a saúde do nosso planeta e de nós mesmos. São necessárias ações urgentes no sentido de reduzir nossa produção e consumo de plástico de uso único, bem como melhorar nossa gestão de resíduos e buscar formas alternativas e mais sustentáveis para substituir o plástico. Políticas de proibição ou taxação da utilização de sacolas plásticas e outros itens com esse material em restaurantes e lojas vêm sendo implementadas em diversas partes do mundo. No entanto, cada um de nós pode também fazer a diferença, através da adoção de hábitos mais sustentáveis no nosso dia a dia.